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Refletindo sobre o Ensino de Língua Portuguesa e a Formação Continuada...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Leitura e escrita: a importância dessas práticas em sala de aula


Falar sobre a importância das práticas de leitura e de escrita no âmbito escolar não é um assunto novo, uma vez que a preocupação em favorecer essas práticas já está sendo discutida em diversos livros e textos. Porém, ainda é possível ouvir manifestações do tipo “é difícil ensinar a ler e a escrever, porque não há tempo devido à quantidade de conteúdos a serem trabalhados, ou porque os alunos não têm interesse, não gostam ou não sabem ler e escrever". Se o cenário é esse, não podemos virar as costas ou cruzar os braços para essa situação. É nesse momento que precisamos fazer uma reflexão sobre nossas práticas.
Diante disso, podemos fazer alguns questionamentos, como: nós ensinamos a ler e a escrever? Existe uma fórmula para isso? De quem é essa tarefa? A leitura e a escrita são práticas que deverão ser favorecidas na escola e ofertadas por todos os professores de todas as áreas, pois essa tarefa não deve ser considerada exclusividade/responsabilidade do professor de Língua Portuguesa (LP) ou de Literatura. Em segundo lugar, a palavra "ensinar" a ler e a escrever talvez não seja a mais adequada, podendo ser substituída pelo termo "motivar" a ler e a escrever, pois no momento em que os professores motivarem seus alunos a tais práticas, seja através da escolha (juntamente com os discentes) de gêneros ou de temas expressos em diferentes textos, certamente despertará nessas crianças e/ou jovens uma curiosidade/vontade de buscar informações e conhecimentos, surgindo, dessa forma, um efeito bem mais visível no “aprendizado” dos estudantes.
Além disso, se, enquanto professores de LP e/ou de Literatura, pensarmos que o ensino e o aprendizado é um processo e que isso acontece gradativamente e a longo prazo, devemos começar essa motivação o mais cedo possível (desde os primeiros contatos do aluno com a escola), (re)pensar nossas práticas, aprimorando nossa metodologia de ensino, e tentar buscar uma concepção de língua que favoreça nossas ações e o crescimento intelectual dos nossos alunos. Uma concepção que provavelmente trará um bom resultado refere-se a língua como instrumento de interação social, a qual possibilita ao aluno refletir sobre o contexto de uso dessa língua, pois não basta o professor de LP pensar somente nos conteúdos gramaticais, mas favorecer aos estudantes uma reflexão sobre esses conteúdos (por exemplo, se um verbo no imperativo ou um determinado substantivo têm o mesmo significado em contextos diferentes). Para isso, é fundamental que o docente ofereça gêneros e tipologias textuais diversos para que os discentes percebam as diferenças de estruturas organizacionais, discursivas e estilísticas de cada texto, bem como a escolha da materialidade linguística utilizada, para, após esse conhecimento, eles praticarem a escrita.
Em suma, a língua é dinâmica e, portanto, está sujeita a variações e a mudanças. Logo, devemos considerar o usuário da língua e a condição de produção, pensar a língua no uso, descrevendo “as regras”. Conforme comenta Moura Neves (2008), estudar gramática é refletir sobre o uso linguístico, e o lugar de observação desse uso é a própria atividade linguística que participamos (produção e recepção = interação), uma vez que é a materialidade linguística uma das principais responsáveis pela produção de sentido. Essa noção deve ser levada em consideração por ser uma situação que acontece tanto no momento da leitura quanto na produção de um texto, então, o professor precisa, além de estar ciente de seu papel enquanto mediador do conhecimento, buscar subsídios teóricos e práticos para melhorar cada vez mais suas aulas.
Enfim, se nós professores entendermos que nossa formação continuada é um objetivo a ser alcançado, assim como a progressão dos estudantes, devemos priorizar aulas que favoreçam a formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel dentro da sociedade em que vivem, promovendo assim um leitor/escritor competente. Além disso, precisamos estar sempre buscando uma formação, seja através de pós-graduação ou de leituras de livros (textos) que auxiliem as práticas docente.
Para finalizar, serão apresentadas algumas palavras de Bortone & Martins (2008: 31) que, além de nos ajudarem a refletir sobre as ações em sala de aula, demonstram a importância de favorecermos práticas de letramentos aos estudantes: “É fundamental que nós, cidadãos de uma sociedade tecnológica e letrada, incorporemos as práticas de letramento em nosso cotidiano. Há uma nova realidade social, na qual não basta ler e escrever. É preciso saber responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade moderna nos faz a todo momento”.

4 comentários:

  1. Adoreiiiiii!!!!!!! Bem original. Bjos e até.

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  2. Olá, Mariléia! Como o meu papel é polemizar com vocês, fica a pergunta: será que realmente não se "ensina" a ler e escrever? Será que esta visão não favorece a compreensão de que a escrita é um 'dom' e de que a leitura se faz sempre do mesmo modo? São questões para continuarmos refletindo. Abraço!

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  3. Oi, Clara! Eu coloquei essa questão no texto justamente para gerar polêmica...
    Se pensarmos que ensinar a ler e a escrever significa oferecer subsídios aos alunos, treinando-os para que se tornem leitores competentes, críticos, e ajudando-os a (re)produzirem textos, estamos ensinando. Porém, se pensarmos em solicitar uma leitura ou uma produção de texto aos alunos sem oferecermos informações prévias sobre isso (por exemplo: não contextualizarmos o leitor sobre a obra a ser lida ou não deixarmos o aluno a par das características (textuais e discursivas) do texto que se quer que elabore), não é ensinar, mas dar ordem, levando os estudantes a pensarem que a leitura e a escrita são apenas obrigações.
    Quanto a tua outra questão, não acredito que a escrita seja um "dom", embora algumas pessoas tenham mais facilidade para essa prática. Também não acredito que a leitura se faça sempre do mesmo modo, uma vez que, se isso fosse verdade, um único texto não poderia ter várias interpretações/leituras (porém, nunca infinitas leituras), o que depende da competência e dos conhecimentos de mundo de quem o lê. Enfim, o aprendizado é um processo e só ocorre com a prática e, para que os alunos obtenham êxito na leitura e na escrita, precisam estar motivados para isso. Precisamos, enquanto professores, oportunizar eventos que promovam essas práticas.
    Seguindo na reflexão, fiquei tentando entender o motivo que te levou a colocar a palavra ensina entre aspas. O que achas, ensinamos ou não a ler e a escrever? Obrigada pela oportunidade de dialogarmos sobre esse assunto. Beijos!

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  4. Oi, Clara! Para complementar meu último comentário, saliento que, para ajudarmos/ensinarmos nossos alunos a se tornarem leitores e escritores que desejamos (capazes de se posicionarem criticamente diante de um texto e/ou escrever de maneira coesa e coerente), precisamos, enquanto professores, conhecer bem o texto oferecido ou solicitado (em termos extruturais e de conteúdo). Para isso, precisamos estar sempre atualizados, buscando formação continuada através de cursos (entre esses, pós graduação) e muitas leituras. Essa formação, a qual sempre busquei, hoje está sendo realizada através da Especialização em Letras e Linguagens. É importante também estarmos sempre dispostos a tentar novas metodologias de ensino. Algumas darão certo, outras não, mas desistir de mudar para melhor jamais. Um beijo. Feliz 2011!

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